04 novembro, 2009

Sorriso Sincero


A escolhi. A escolhi junto à aquela música, aquela mania, para ser meu verdadeiro desejo. Onde posso permitir-me. Permitir o tempo a mim. Saber que um ponto que qualifiquei como inalcançável depois de tocá-lo. Assim o dia dela será meu.
Ter a consciência da falta e da perda de um momento. Como aquele sopro de fumaça, uma forma inexistente e única, tuas curvas... Quem me dera saber colher os frutos que darão outros frutos. Esta para mim é a vida. Ser entendido por quem me importa. Isto para mim é felicidade.
Optar pela falta do verídico. O que escolho como arte, como vida. Intencionalmente alcançando erros, sem querer, roubando sorrisos. Mostrar a mentira dizendo a verdade.
Almejo. Invisto como posso.
Motivar os que voam a pousar. Incentivar os que permanecem em solo firme, a conhecer as nuvens.
Posso fazer, posso registrar, posso iluminar. Devo amar.
Assim como nos cartões postais da Itália.

26 outubro, 2009

Combustível



Quando este momento virar o amanhã
Lágrimas de dor começarão a aparecer
Tentando separar a imensa solidão
Este sentimento é apenas um estado de incerteza
Neste lugar onde estou agora, existe apenas um jogo sem sentido
E somente sorrir não me faria ganhar
Queimar durante a noite
Se este lugar desaparecesse em um instante, o Blues também desapareceria
Me perdi de mim, sou apenas um sonhador
Se toda a dor desaparecesse, meu corpo abandonado iria...
...queimar confortavelmente, até as cinzas

Red Project/Gungrave.

Faço destas, as minhas palavras.

07 outubro, 2009

Quero um nome melhor para isso...

Copos se esvaziam como o sangue que escorre nas metrópoles.

Pura vaidade, o desejo da carne.

Aprendi que isso é vermelho...

A fraqueza dos elementos me faz pensar melhor. Penso no que desejar, no que beber. O sabor da mistura, bebida, corpo, curvas.

Esbanjar. E saber que não ha um fim, que não se sacia.

Mais um gole, uma noite.

Uma noite, mais carne. Do pouco que venta espero sentir o frio. Inútil.

Da próxima garrafa não é o mesmo que se ingere. Da próxima noite, não será o mesmo corpo.

01 outubro, 2009

Modo de preparo:

Esta é minha primavera. Quente, seca, sem nem um frescor.
Sou eu quem tem de fazer algo florescer nessa situação incomum. As nuvens ao invés de derrubar o que merecemos - equilíbrio ou desastre -, apenas cumprem a estética. Os solstícios não são mais uma prévia.
Do tempo, da minha vida.
Preciso.
Exacto.
Caçador.
Se esta for a evolução, não estou preparado.
Preciso de alguém para impressionar, não impressionar o tempo.
Questionar-me pois, um livro de receitas para a vida (solitária), não faz sentido.
Sim.

28 agosto, 2009

Caçador e Caça

É este o cheiro. O cheiro do medo. O cheiro de quem sua de pavor. Sem ódio, sem sentimentos ligados a alguém.
Só pavor.
Todos somos semideuses.
Temerosos à maior arma, não é nenhum recaído ou algum de alto posto, neste caso.
Este é quem testa a fé e os pensamentos, antes que se tornem intenções. Antes mesmo que se tornem atos.
Só ele sabe se cometes o crime.
Só ele pode saber se cometeria. Se irá cometer.
Se tua existência ainda é fato, foste absolvido.



Eu sou aquele que rasga, arranca, retalha, vaza.
Sou os dentes na escuridão, as garras na noite.
Sou força, luxúria e poder.

13 agosto, 2009

Cante-me uma canção

Concordo que seja um problema . Só observe da seguinte forma, se eu fosse menos sincero, as pessoas teriam menos medo das minhas palavras. E assim poderia cultivar novos relacionamentos com pessoas que não me conhecem por completo.
...
Não seja ingênuo, é lógico que não é bem isso que quero.
...
O que mais me tira do sério é a necessidade das pessoas te explicarem algo com mentiras, sendo que, nem a verdade você pediu. Não pediu explicações, revelações, não me sinto atingido porque sinto a falta de algo verdadeiro. Acabam enganando somente a elas mesmas.
...
Sim, só poderiam entender que não sou muito abalável com essas coisas.
...
Lógico, por isso me sinto tão bem com a música, talvez seja minha única forma de viver a solidão. Só ouvindo posso sentir.
...
Agora, o que foi visto de longe tem virado a cega regra não mencionada.

...
As lições não são as únicas respostas que você ouviu certa vez.
...
Hey! Não vire as costas a mim!

"Então cante pra mim
Cante-me uma canção
Uma canção de ontem
E quando o risonho bebeu essas lágrimas antes
As promessas que agora decaem
Não vire as costas a mim
Nunca me deixe pra baixo
Nós estamos a uma milha
A uma milha de casa"

31 julho, 2009

Tangerina e Veredicto

A boa intenção não conta para o executor.
Seu fim será lembrado e lido pelo juiz como o fim da boa ação.
A boa ação será lembrada por você e por quem te ama.
Só a lâmina irá chorar, mas na verdade será teu sangue.

16 julho, 2009

Inquietação e Desejo

_(...)
-Hum... Sim, são belas estas paisagens.
_Mas qual diferença. Tudo não vem da mesma coisa?
-Que chamas de mesma coisa?
_Este excremento... Do mais estaria falando?
-Odeio este tipo de diálogo, respostas com perguntas... Não vejo sentido.
_Ah, agora tu muda de assunto. Sabes que digo a verdade, não?
-Infernos, o que queres?
_Que continue o assunto, não vê?
-Hum... Não considero excremento. É paisagem, e ainda por cima natural. Tenho um ódio tão grande quando começas a diminuir verdades. Quer negar fatos não é? Isso é impossível.
_Por que tem esta opinião?
-Pare de só perguntar. Diga algo... Afirme algo!
_Por exemplo?
-Se é para afirmar tem de vir de você! É algo seu, o que tu acreditas!
_Hum... Por exemplo?
-Ah, esqueça.
_Como esquecer?
-Cala esta lixeira.
_Estamos pensando. Não estou usando minha “lixeira”. Vá, não vai dizer?
-Para que? Você irá perguntar mais. Até o assunto mudar.
_Você sempre afirma o que é seu?
-Claro.
_Sempre?
-Uhum...
_Hipocrisia para nós é crime.
-Como ousa?
_O que?
-Afirmar um crime meu...
_Você não disse que não posso questionar fatos?
-Mas...
_Suas opiniões verdadeiras vem somente quando é de análise própria?
-Sim...
_E tu só diz o que analisa?
-(...)
_Vi que você discretamente meneou a cabeça para os lados...
-Você não questionou?
_Claro, relatei tua dúvida.
-(...)
_Não se sente sozinho?
-Nunca.
_É bom?
-Nunca me sinto sozinho, não conheci o outro lado para saber diferenciar.
_Lógico... Como nunca percebi?
-Porque é um tolo.
_Viu quantas vezes já me ofendestes hoje?
-Pergunta retórica? Espere... Está me testando?
_E se estiver?
-Você não para de trabalhar?
_Nunca.
-Não se cansa? Não sente falta de um momento só seu?
_ Nunca parei de trabalhar, não conheci o outro lado para saber diferenciar. Isso não é seu?
-Tudo bem, eu disse isso. Mas sentimos sempre. Podemos sentir. Nunca pensou? Em querer descansar?
_ Se foi você quem afirmou... Como não é tua opinião, o que acreditas?
-Estás falando do que?
_Mais cedo, dissestes que afirmação é o que você realmente acredita já se esqueceu?
-Eu disse, mas...
_E disse que nunca dizia o que não pensavas, esquecestes também?
-Mas...
_Tudo o que você diz não é verdade?
-Como é? Vá para o inferno! És a pior das criações.
_Acreditas mesmo que isto é paisagem?
-Você conseguiu. Não, não acredito. Sei que tudo surgiu quando a força produziu mais vida do que devia. E tudo se proliferou por cima. Graças a um erro. Por displicentes como você. Que temos que prestar nossos preciosos serviços a estes ingratos. Não cumpro obrigações, me permito a seguir o que considero, a fé. Mas gostaria que não fosse para estes inferiores...
_Aliviado?
-Já conseguiu o que queria... Deixe-me...
_Sabes que nos alimentamos pelas tarefas cumpridas... Entende-me, não é?
-Sim. Mas não sou obrigado a gostar de ti.
_Correto. Mas pense comigo, se nos alimentamos do cumprimento, não é uma forma de nos forçar à fé?
-Cale-se. Não irei cair-me.
_É como o livre arbítrio deles? Será?
-Como podes ser tão baixo?
_Não sou assim, na verdade quem se mostra baixo é você para ti mesmo, não percebe?
-Isso nunca acaba?
_Depende do que quer... Ainda não ficou claro?
-(...)
_(...?)

20 abril, 2009

R.U.M.

Já é tarde.
Fato 1: a temperatura está perceptivelmente baixa.
Fato 2: não irei enumerar mais nada.

Um dia, queria eu, poder não precisar preocupar-me. A ânsia não se faz valer a pena.
O status de estreasse, não pode ser válido. Como disse em "cantarolas" um velho amigo, "folhas que caem no inverno". Espero não machucar pela franqueza, vocês tiveram todo o outono para cair.

Na realidade sou capaz. Se isso se virtualizou em palavras já tem uma existência. Fato.
Avisei assim como outros avisaram. Não é vidência, apenas um bom senso. Aquela história de murro em ponta de faca é ainda pior quando te conduzem ao erro. Eu sinto muito, sinto mesmo. Mas chega. A dedicação, aquele tão sonhado respeito escorreu, como areia, secamente. E deixa um rastro que não se evapora, espalha, mas não evapora.

Vontades. É o que nos move. Mais uma vez por favor. Ao tentar realizar todas, é como decretar sua falência. Uma falência do ser. Não faça, por favor. Assim como cair no inverno, não adianta cair antes do outono.

Não. Definitivamente.