04 outubro, 2008

Criando um Inimigo - To be

_ Ser, é necessário ser para estar?
Ou estar para ser?
- É confuso e parece distante,
Mas se me parece distante tende a haver lugar.
_ E quem disse que o lugar precisa de um ser?
- Ninguém disse! Mas precisa!
Ao menos para considerá-lo um lugar,
Onde se possa desfrutar e estar.
_ O desfrute é um oportunismo,
ao contrário do estar que é natural e consequente.
- Mas, e o oportunismo? Não é consequente?
_ Consequente? De uma ação mau intencionada.
- Minha intenção é de surrar-lhe a face.
E considere a situação de oportunismo,
Pois sou ser, estou em um lugar, estou aqui e tu também.
_Tudo bem, desculpe-me,
mas explicar-me o por quê de defender
tal coisa abominável como o oportunismo
amenizaria as coisas.
- Abominável, você está aqui, correto?
Isto mostra sua posição de uma escolha.
Escolha que não deve ser questionada. Sim?
_ Perfeitamente.
- Não deve pois és um ser, livre, limitadamente livre,
já que...
_ Livre e ao mesmo tempo limitado?
Não tens senso de...
- Me fizeste um pergunta anterior.
E irei respondê-la. Acalme-se.
Veja, sou maior que você.
_ Desculpe-me novamente.
- Assim está.
Bem, Limitadamente livre porquê, sua liberdade,
Está presa em seu corpo que não consegue,
Da mesma forma que eu em estar em todo lugar.
Limitado também porque, não podes voar, andar,
Amar, odiar, sentir.
Você é ser, mas destino-te a ser abstrato.
_Mas muitos podem ser tudo que não sou, isso não é justo.
- Justiça? Não fosse eu serias mera imaginação minha.
Dei-lhe a vida.
_Que vida é esta em que não se pode ser naturalmente,
fazer tudo o que me disse que os outros fazem?
- O que me sugere? Quer ser onipresente?
_ Não é má idéia. Poderei enfim ser e estar,
sem me limitar a este lugar.
-E darei a você um conselho, não crie nada,
Nada mesmo, eu poderia incomodar, ou mesmo
Tentar acabar com suas outras criações com o tempo.
_Ainda não sei como mas somente nessa conversa me sinto
Cada vez mais forte e enriquecido.
- É que tenho a mania de criar, identificar, e destinar,
nesta ordem, e sua mudança é que já te identifiquei.
Serás onipresente, seu nome será Razão, e seu destino,
É a na cabeça do homem.
Mas o que direi agora é uma ordem!
Ficarás em um mesmo homem em três lugares.
Na consciência, e faça-os perceber isto.
E os dois outros eles terão de entender sozinhos,
No sentimento e na inconsciência.
_ Esplêndido! Razão.
Sem abuso, solicitarei alguns auxiliares.
- E para qual finalidade?
_ Para conduzir melhor, pois tenho uma essência,
e ao mesmo tempo um dever, tenho de conduzir
apenas o homem onde ele não consegue conhecer.
Penso em algo como o óbvio.
- Te darei o poder para que faça com que você consiga
Com que faça isso como consequência. Não como ser.
Como isto que pensas agora, faça com que vire uma lógica.
_Sim, mas...
- Também tens que aprender sozinho vá, e quanto a sua vida,
não te preocupes. Só morrerás quando morrer o último homem.
E pretendo que isso nunca aconteça, morrerei um dia,
O Lobo me espera, mas darei a continuidade.
Garantindo sua existência.
_ Agradeço-lhe senhor.
- Um dia te chamarei aqui novamente, veremos se me agradecerá.
Ah sim, terás um rival, mas que tu amarás sem minha interferência.
_ Mas quem?
- Violência é o nome dela.
_ Mas...
-Vá!
Em verdade, esse amor se tornará cumplicidade para se justificar.